quinta-feira, 27 de agosto de 2009

Antes de alcançar o desenvolvimento mundial, deve-se se matar a fome dos latino-americanos

Johacia Oliveira

Ouvimos todos os dias nos telejornais, nos rádios, etc. noticias sobre o capitalismo, a internacionalização do capital, as grandes transações de milhares de dólares, o fluxo cada vez maior de pessoas de um pais a outro, entre outros. Fica parecendo que o mundo inteiro está inserido nesse processo, que todos os indivíduos se envolvem no comercio e na bolsa de valores, ate mesmo quem não tem “nada”, diante de toda essa gama de boas noticias acaba se alienando e achando que esta tudo bem.

O problema é que se esquece de dizer que a minoria envolvida nessa globalização de processos é tão reduzida, que poderíamos chamar mudar o nome de globalização do mundo para globalização da aristocracia. A maior parte da população mundial não esta inserida nesse processo, existem países que ainda não conhecem o computador, que não tem idéia do seja celular, e ao internet está anos luz de atingi-los.

Continua pensando que a globalização é um processo de inclusão social? Engana-se. Tende mais para exclusão social do que para a inclusão. O que me assusta é justamente essa alienação, que torna as pessoas cegas e passiveis diante de tamanha mediocridade e hipocrisia, tanta injustiça e discriminação. Os meios de comunicação conseguem fazer uma lavagem cerebral tão absurda na população que pobre comemora quando recebe aquela vergonha que o salário mínimo, sobretudo o brasileiro.

A reportagem a cima mesmo tendo caráter extremamente capitalista, busca estimular a América Latina para o desenvolvimento econômico, na busca por um lugar na economia mundial, capaz de competir com as grandes e as emergentes potências alertando para o grande problema da fome e da miséria.

Antes de se alcançar o segundo degrau é preciso superar o primeiro, e a América Latina parece estar se esquecendo disso. Do que adianta ser um global traider se a população passa fome, se a violência assola a sociedade, se o governo não tem controle sobre seus habitantes?

É preciso reformular o conceito de desenvolvimento, para então podermos utilizá-lo. A perda da significação da palavra, perde seu sentido quando as pessoas não são levadas em conta, quando a população deixa de ser importante e passa a predominar apenas a imagem superficial do continente lá no exterior.

Penso que o desenvolvimento surge naturalmente a medida que os problemas vão sendo resolvidos, desde a educação, a fome, a violência, o desemprego, o analfabetismo, entre outros. Forçar um desenvolvimento sem ter “limpado” nossa casa de nossa adiantará, pois só acarretarão em mais problemas.

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