quinta-feira, 27 de agosto de 2009

Engano ou desculpa?

Leandro Barreto Rodrigues

Desde quando o homem passou a ter noção de mundo e espaço, isso a partir das grandes navegações, a busca pelo interesse e a riqueza foram os motivos princípios do que mais tarde chamou-se de colonização. Esta que na América do Norte e Sul fez com que a descriminação e a falta de humanização escravizassem seres humanos e os tornassem em diminutivos objetos.

Os negros que por muito tempo foram escravizados principalmente no Brasil, mesmo com a Lei Áurea de 1888, por muitos anos ainda continuaram vítimas do preconceito e da marginalização na sociedade. No final do século XVIII com a chamada Revolução Industrial o homem passou a ter em mãos a chamada tecnologia através da industrialização. Com produtos industrializados o que faltou foram os mercados e mais uma vez voltou-se à colonização, e por incrível que pareça, a África foi mais uma vez cenário desta barbárie.

Os negros africanos que mais uma vez foram vítimas da voracidade imperialista do homem branco, sofreram e sofrem as mazelas até hoje, tanto que os altos índices de pobreza, mortalidade infantil e AIDS se encontram lá. Mas o século XXI, que embora a África sofra sérias conseqüências, o negro conseguiu o seu espaço na sociedade. O negro pode ser visto em postos de trabalho onde eram dominados pelos brancos. Será que esta é realmente a visão nítida desta realidade capitalista?

Universidades, gerências e telenovelas são espaços que não são mais monopolizados pela cor dominante. Mas quando atentamos para os salários e para as posições ocupadas, as novelas são um grande exemplo, pois geralmente as personagens feitas pelo negro são de pessoas pobres, escravas e que nunca assumem um papel empresarial. Nas universidades têm-se as cotas que ainda geram polêmicas e na sociedade em geral uma visão de negro que geralmente não é de pessoas intelectuais.

A Microsoft pediu por meios formais desculpas em relação à propaganda em circulação nos EUA, mas como uma grande empresa não vai atentar para aquilo que é um meio de promovê-la? Como vai pagar uma publicidade sem de antemão conferir o que vai ser publicado ao publico? São questões que não podem mais ser toleradas. Até aonde o preconceito será maquiado?

A aversão ao negro ainda continua, a colonização pode não mais existir, mas o que é visto no real, mesmo maquiado, é que o negro ainda continua submisso às vontades do patrão branco. E isto é um fato que pode se extinguir somente com a vontade e convicção do próprio negro em mostrar a cada dia que é capaz e possui a mesma inteligência.

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