quinta-feira, 27 de agosto de 2009

Qual importância merece o seu problema?


Johacia Oliveira

Milhares de pessoas morrem todos os dias em diversos países por falta de comida. Problemas sociais tomam conta dos países. A violência, a falta de alimentação, as doenças, a falta de segurança, entre outros, parecem não ter tanta importância diante de outro problema: O aumento da população de camelos e dromedários na Austrália.

Não desfazendo do assunto, mais me parece que o governo às vezes concede uma importância exorbitante a determinadas situações que poderiam até ser vistas como favoráveis. Ora, a carne desses animais podem ser usadas como alimentação, eles podem ser exportados ou simplesmente transportados para lugares onde sua presença seja necessária e útil, com certeza destino não faltará, então porque dizimá-los?

Gastar 30 milhões de reais para massacrar os animais soa-me como escolher o melhor caminho, o de menor esforço. Se fossem baratas, formigas, insetos, concordaria plenamente, já que esses citados causariam malefícios. Mas no caso dos camelos e dos dromedários penso que haverá um enorme erro se isso realmente acontecer.

Será gasto uma quantidade alarmante de dinheiro para destruir aquilo que poderia servir como alimentação e salvar centenas de pessoas da fome. E ainda é triste pensar que esse dinheiro poderia ser investido em diversos projetos contra a miséria, em reformas agrárias, em educação, lazer, etc. Porém corre o risco de ser investido em armamento, helicópteros, munição, etc., para serem empregados na destruição desses animais.

Fico surpresa com a grande repercussão desse acontecimento, em saber que um desequilíbrio ecológico causado pelo próprio homem (que agora se volta contra ele mesmo) gerou mais polêmica do que outros gravíssimos distúrbios sociais já mencionados acima. E ainda mais por saber que não serão divulgados nem levados em conta o que esta por trás disto. Afinal é o homem, sobretudo o capitalista, o responsável por tamanha desordem natural.

Precisamos acordar! Enxergar que nossas políticas e nossas concepções de resolver os problemas estão extremamente equivocadas, que estamos deixando de lado o que precisa com mais urgência ser discutido, para nos importarmos com o que pode ser resolvido sem alarde, sem gastos desnecessários.

Seria isso uma fuga dos verdadeiros problemas, ou apenas uma situação cômoda dos governos?

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