quinta-feira, 27 de agosto de 2009

Homogêneo X Heterogêneo

Lennon Pereira


África, Continente em desgraça ou uniformemente desgastado? Estas são expressões sinônimas e que para o “Mundo” resume a atual situação dos países africanos. Entretanto, é possível fazer a seguinte indagação: Todos os países africanos se encontram na mesma situação socioeconômica?
Grande parte da população certamente responderia afirmativamente, porém, se fizermos uma análise histórico-política do continente em questão, poderemos esclarecer mais concretamente estes questionamentos.
A atual situação africana foi tracejada desde o período imperialista, na qual grandes potências mundiais, como Inglaterra e Portugal colonizaram e partilharam o continente em questão sem respeito ao povo que o habitava e suas distinções étnico-sociais. Ao se separar ou em alguns casos unir crenças e etnias distintas, há uma insatisfação por parte do povo e consequentimente um mote para disputas e rivalidades que perduram até hoje e que refletem nas condições de vida da população africana.
Após o grande período de corrida imperialista, ocorreu justamente a partilha da áfrica entre as potências e que resultou nas rivalidades vistas anteriormente. Porém, estas partilhas se tornaram colônias que só se desfizeram recentemente. Em detrimento desta descolonização tardia, os países africanos se encontram, de certo, em condições de pouca industrialização e dividas externas altas sem previsões de pagamento. Porém, a grande questão disto tudo é que em detrimento destas deficiências, todo o continente é visto por uma só visão, a de que é tudo miséria, fome e subdesenvolvimento.
De certo, uma discrepante parte dos países africanos se encontra em condições extremas, entretanto, há aqueles que fogem a regra e se destacam por apresentarem significativo desenvolvimento. A África do Sul, por exemplo, é um dos países da áfrica Subsaariana que mais se destaca. Este apresenta uma terço do PIB de sua região e tem significativo desenvolvimento das condições de vida.
Esta “distorção” é impulsionada pelos meios de comunicação que se baseiam no geral, ou seja, no que mais “choca” opinião pública (a violência e miséria) e transformando e impondo uma visão generalista e incompleta para o resto o mundo.
É inegável que o continente africano sofre com enumeráveis problemas, entretanto, há exceções, mesmo que poucas, na qual países se desviam dos obstáculos e dão, mesmo que ainda prematuramente, à volta por cima.A economia angolana cresce cerca de 16% ao ano desde 2003 em detrimento dos consecutivos aumentos do petróleo, matéria prima muito rica na região onde se encontra este país. A Chande mantém seu índice de crescimento em torno de 12,5% , também devido ao petróleo.
A desgraça financeira da maioria dos países africanos vem da pouca relação de comércio internacional e troca de tecnologia. Para superar este paradigma, alguns países como Uganda e Butsuana abriram sua economia e privatizaram algumas instituições estatais para incentivar o investimento estrangeiro. Estes atos demonstram que não são todos os países africanos que vivem na miséria e não têm visão de um bom futuro, pelo contrário, apesar das dificuldades, existe um sentimento de esperança e força de vontade que fazem mover e tentar melhorar a atual situação destes estados.Não a nós que estamos de fora apenas subjugar o continente, antes mesmo de qualquer coisa, nosso dever é ajudar. Se alguns países ainda se encontram em condições precárias, não devemos nos esquecer do quanto o país foi assolado por inúmeros países de outros continentes. Devemos nos mobilizar pelas causas africanas e buscar juntamente aos governos soluções para a situação da qual alguns países já estão tentando sair, porem as dificuldades são tamanhas que sem o nosso apoio, talvez se tornem inúteis.

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